É entre tantos modelos de como ser, que prefiro seguir o que sou. A minha busca é por ser feliz e não por ser aceita. Antes se perder tentando se encontrar, do que nunca se achar por ter ficado no mesmo lugar. Estou onde quero e não onde esperam que eu esteja. Sou além do que os olhos notam e sei que a vida acontece comigo e não para mim. 

A simplicidade de ser e estar, é o que faz a vida valer tanto. Sei o quanto me falta, mas já é precioso o que tenho. Não coleciono certezas, mas não abro mão de nada por conta de dúvidas. Se o medo de perder te impede de tentar, o ganho nunca será possível. A vida acontece no pulo e não na vontade de pular. Mesmo quando me agarro à tão pouco, eu acredito que posso tanto quanto tudo e por isso tento.

Tudo ganha o tamanho do que decidimos dá. Seja você o que for, o importante é ser o que é. Apequenar sua personalidade é se deixar na gaveta. Não temos a vida, somos ela. Então não perca tempo ficando guardado. Ocupe o tempo e o espaço sendo você de propósito. 

Foto: @aquecida

Aquele dia chegará e marcará você eternamente. Quem você nunca pensou perder partirá para um lugar melhor, mas bem distante de onde você vive agora. As vozes e toques não serão mais possíveis. Esse tipo de ida sempre te tira tanto e só o tempo fornece cura para a separação definitiva. A tarde vai embora em silêncio, deixando a porta aberta para uma noite longa.  

Como manter-se firme diante da força que te vence na disputa do cabo de guerra? Sentindo! Sentindo a perda em todas as suas formas. Sentindo a falta do abraço, da voz, das conversas, do cheiro, da bronca, dos planos elaborados juntos e de tudo que você só tinha com essa pessoa. Sentindo, mas sentindo também o que você nunca irá perder: a conversa repleta de sorrisos; as fotos que tiramos juntas; as frases alegando saudade; o ano novo que passamos abraçadas e a tapioca que fazíamos em todos os domingos que estávamos juntas.

Sentindo a saudade, mas de forma pura, sem peso e sem aquele sofrimento que mata em vida. Sentindo a falta, mas reconhecendo que os dias bem vividos, serão sempre um consolo para o futuro e a força para os segundos de hoje. A vida, aos poucos, nos tira muito, por isso, o que temos agora é Tudo! Não sei o que vou perder amanhã, mas hoje, já amo esse Tudo que tenho e não vou deixar no ar o que posso abraçar nesse exato instante. 

PS: Para ela! A mãe mais doce e sonhadora!  

Gostamos do novo, mas nos acostumamos com hábitos velhos. Desejamos com tanta ardência um ano novo, sem perceber que desistimos muito fácil daquilo que esperávamos. Pedimos o fim desse ano e não lembramos que na virada de 2015 para 2016, ele foi esperado e recebido com muita empolgação. O que mudou? Nada! Continuamos os mesmos. 

Continuamos fazendo promessas, sem agir para cumprir cada uma delas. Persistimos em esperar muito e fazer um pouco que quase beira o nada. Teimamos em fazer da vida um esboço de algo que desejamos com força e soltamos com facilidade. Frases como: um dia faço; quando eu for; são promessas com função de âncora. Se você não agir, elas te puxarão para baixo.

Troque as promessas de ano novo, por gestos novos. Acorde sabendo o que quer e fazendo algo para ter. Quando isso acontecer, o fim do ano deixará de ser desanimador para quem prometeu e não o fez. Olhar para trás deve ser alento e não doído. É um modo de lembrar que cada momento vivido não foi deixado para depois. Deixar de fazer é deixar de viver. O tempo é nosso, mas não o temos para sempre.

Não dedique minutos para promessas que serão esquecidas ao longo do ano. Ter uma vida assim, é se acostumar com as perdas do que podíamos conquistar. Tente ao menos fazer. Perca as fichas, mas se permita jogar. Canse o pé durante a dança, ao invés de cansar a coluna por ficar sentado. A vida é sobre feitos. A ausência de atos degola o tempo e sufoca a vida. Se é para viver, que seja fazendo e não prometendo.

Seja a parede de um muro de rua, bar, praça ou metrô, a garota sempre descansava suas costas sem a menor cerimônia. Hora de braços cruzados ou de mão solta, ouvia suas músicas preferidas em seus fones de ouvido. Distante de tudo e tão perto dela, olhava para o que acontecia em sua volta, sem o desejo de ser notada.

Em silêncio, ela percebia além do que era óbvio. Para ela, nada se resumia ao que aparentava ser. Sempre soube, que as coisas são o que são, mas que volta e meia, esquecemos disso e insistimos em vê-las ao nosso modo. Quando olhava, ela se preocupava em apenas contemplar, pois os olhos que julgam ela nunca preservou. 

É humano saber que ninguém se resume ao que faz, diz ou mostra. Sentir-se diferente é tão igual que todo mundo sente ou já sentiu o mesmo. E ela ama levar esse conceito como uma verdade pessoal. E o que ela detesta? Detestar qualquer coisa. Nenhum sentimento pesado vale a perda da leveza do que somos.

Foto: BlogAqueCida

Elas são reservadas como estrelas em noite de céu nublado. Elas ocupam o espaço, mas não brigam por atenção. Um canto discreto de qualquer lugar, é o forte ideal para seu olhar de mira. Esperam conhecer antes de serem conhecidas. Sim, são tão fortes quanto sensíveis. Gostam sem economizar sentimento e abrem mão do que não é recíproco. Para elas, equilibrar firmeza e gentileza é  uma qualidade primária. Seus sorrisos educados muitos recebem, mas quando a face toda sorrir junto, só alguns ganham a regalia de assistir a essa cena.

Donas de sonhos gigantes e coragens ainda maiores, são mais do que mostram ser. Carregam abraços que cabem o mundo, pois abraçam sem medo de perder espaço e preferem ganhar contato. São as mulheres que não dobram a esquina a toa. Tudo que elas fazem, não é obra do destino, mas um resultado da verdade que elas aplicam em suas vontades e ações. Intimidam não por cultivarem autoritarismo, mas por apresentarem uma personalidade confiante mesmo em tempos incertos.    

São as mulheres que não esperam por grandes feitos. Elas encontram mais sentido no sutil e no simples. Amam viajar, não para postar fotos, mas pela beleza guardada no ato de conhecer lugares, histórias e pessoas. Nunca disputam lugar na vida de ninguém, pois elas sabem que estamos onde devemos estar e permanecemos até onde for possível. Elas não procuram o que a maioria busca. Os seus achados valiosos, já foram deixados por quem não soube preservar o essencial.

Elas esperam o sol, mas não deixam de aproveitar a chuva. Preferem sentar em algum jardim ou praça, do que acomodar-se em um sofá confortável. Aumentam o volume da sua música preferida e dançam sozinha, seja na sala ou no banheiro, durante um show solo, feito por ela e para ela mesma. Assistem seus filmes preferidos e nas velhas cenas épicas, novas lágrimas chegam sem cerimônia. Para essas mulheres, no previsível também existe sentido e emoção. E o imprevisível? É ela mesma! Elas não seriam como são, se soubéssemos falar com exatidão sobre elas.

Foto: Blog aqueCida

Estou beirando o fundo. Nunca gostei de sentir superficialmente. Pousei minha vida em um plano profundo, bem longe do raso de alguns estilos modernos. Não entendo a falsa graça, de beijar alguém hoje, e amanhã, não lembrar o nome do dono dos lábios. Dispenso a opção de usar a bebida para divertimento, e no dia seguinte, esquecer as possíveis risadas da noite passada.

Divulgamos fotos, sem antes viver o que elas guardam. Estamos passando por lugares ao invés de estarmos neles. Ficar com alguém virou quantitativo e poucos realmente estão com alguém. Estamos ficando com as pessoas ao invés de estarmos com elas.

No ônibus, eu ainda prefiro sentar próximo à janela. Gosto de ser afetada pelas imagens daqueles que não conheço. Mesmo assim, eles terão minha atenção sincera, mesmo que durante aquele breve segundo diante dos meus olhos. Por vezes, passamos na catraca e nem olhamos para o rosto do motorista. Normalizar a vida é perdê-la. Não se acostume com a perca do essencial. Sobreviver é bem diferente de viver e não se vive superficialmente.

Vida necessariamente é sinônimo de vínculos. Vínculos com pessoas, ofícios, momentos, coisas ou sonhos. Alguns são breves, outros longos e os importantes são para a vida inteira. O tempo não estipula a verdade do sentimento, mas se ele não foi capaz de afetar, nem de transformar, simplesmente, ela nunca existiu.

Levar a vida sem contatos sinceros, é como caminhar chutando flores. Rejeito o ato de banalizar os dias e prefiro engrandecer a vida. Ganho status de diferente e desde cedo, eu perdi o desejo de ser igual. As opiniões de terceiros não me ocupam, pois já sou amplamente ocupada de Mim.

Quanto tempo cabe em uma espera? Enquanto as horas se transformam em dias, os dias em semanas e as semanas em meses, controlamos nossos passos, mas nunca temos o controle do caminho. Viramos a esquina sem ter a mínima noção do que vamos encontrar ou de quem vamos conhecer. Por mais astuto que sejamos, a vida parece ter um modo bem particular, de ser extremamente imprevisível. Diante das surpresas, nos resta apenas viver e conhecer.  

Viver o trajeto implica em conhecer pessoas. No corredor de rostos desconhecidos, poucos ganharão importância para você. Muitos irão cruzar tua porta, mas só alguns terão um lugar reservado em tua casa. O sorriso educado de ontem, pode ser a risada parceira de hoje. Você não determina quem chega em tua vida, mas pode escolher quem fica. 

Me peguei lembrando onde eu estava, observando onde estou e analisando onde quero estar. Foi quando notei o quanto devo ser grata, pois tenho comigo, não importa em que distância, as pessoas mais indispensáveis do meu mundo. Se eu estivesse na rota errada, ela já seria a certa, pelo simples fato de ter quem eu tenho. São eles... Os bons acasos das minhas curvas. As melhores presenças da minha estrada. Aqueles com quem divido lágrimas e sorrisos.

Durante encontros ou despedidas, não existe perder muito ou pouco tempo. Não existe pouco ou muito tempo. Existe vida, e vida é tempo. E a melhor forma de viver, é usar seu tempo com alguém. Acredito que alguns esbarrões, são obras do destino e não do acaso. Eu não sei quem me espera, mas já amo quem eu encontrei. Quanto tempo cabe em uma espera? Não sei. Parei de contar. Estou muito ocupada vivendo!

Fotografia de Murad Osmann

O amor é apenas um, sem definição, explicação, prova ou medida. Existem várias formas de amar, mas em todas elas, só o amor continua sendo o mesmo. Ele nunca é egoísta, se for para ser recíproco é dádiva, do contrário, será apenas um amor, que existiu sem esperar nada em troca.

O amor não é rude com o tempo, ele sempre dura o tempo que tinha que durar. O pouco ou muito tempo de um amor, não faz dele bom ou ruim, verdadeiro ou falso, forte ou fraco, ele foi apenas o amor que se manteve presente até onde devia. Para ganhar um amor eterno, é preciso perder vários amores ao longo da vida, e no final dos seus dias, você estará ao lado do amor que de tanto esperar, comprovou que se tratava do último amor da sua vida.

O verdadeiro amor é um, mas para cada pessoa ele pode existir amando algo, alguém ou ela mesma. Ele não segue padrões ou convenções sociais, o amor não é lei para seguir um único veredito e nem é uma linha para se limitar a seguir condições pré estabelecidas por terceiros. No fim, cada um tem o seu amor para amar o que desejar.

Não podemos encarar algo ou alguém como sendo o nosso amor, pois algumas pessoas vão embora e outas coisas acabam. Aprenda que depositamos no outro toda verdade e força do nosso amor, pois um sentimento tão forte nunca sai de você, ele chega no outro através de gestos, mas permanece sendo seu. Ninguém é seu amor, porque é com esse amor que existe em você, que aquele alguém é amado. 

Sabendo disso, não caia no erro de dizer que é preciso amar o errado para encontrar o certo e só assim, poder amá-lo. Toda vez que você amar e isso acabar, saiba que esse seu amor foi o certo para aquele momento. Se ele não te fez bem o suficientemente, não o acuse, mas agradeça, pois a pessoa que você é hoje, sempre será um resultado dos amores que por algum motivo chegaram ao fim.

Não existe amores, no amar existe apenas o Amor, porque você vive amando e está vivo para amar.