Um paraquedas familiar que demorou trinta minutos para abrir
Nasci como quem salta de um avião, solta e livre, mas desejando um paraquedas. Foi preciso meia hora de uma espera que nem eu sabia que vivia. Enquanto eu nada entendia, ela corria para amparar minha chegada repentina. Ela empurrou a porta e de braços abertos me deixou pousar neles. A mulher que aceitou ser o porto seguro de uma menina insegura.
Não foi preciso uma jornada de nove meses para o tempo nos fazer mãe e filha. O verdadeiro elo nunca respeita datas, nem é refém da biologia. Você foi minha parceira até eu chegar no número 26. Amei dividir essas duas décadas e meia com você. Depois de quase cinco anos, ainda sou tocada pelo vento das histórias que vivemos.
A tua partida me deixou estacionada na vida. Mas a culpa nunca foi tua, ela é toda minha. Esqueci que sempre seria possível renascer de você. Graças ao teu jeito firme, o mundo nunca me assustou, pelo contrário, se preciso for, salto em cada momento e pulo do topo de todos os minutos.
Aprendi com a dona do olhar sorridente, que para ser feliz é necessário ser valente e presente. É necessário viver o voo de agora e aproveitar a estrada de hoje. Foi com você que aprendi a deixar o passado na gaveta e esquecer onde guardei a chave.
Agradecida, mainha. Estou vivendo meu caminho e prometo aproveitar a imensidão de cada paisagem, minuto e dia. Vou longe e chegarei alto porque tenho você comigo. Somos além do que o tempo pode contar ou medir. Somos parceiras de vida, família e voo!
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