Aquietar o tempo e não se limitar com o espaço. Começar a entender que amar é também, poder romper a lógica e manter perto aquele que está tão distante. É não ficar triste pelos momentos separados, mas aproveitar com gratidão o encontro e o abraço de agora. O café tomado juntos e a leitura acompanhada, segue carreira solo passageiramente, vivendo a espera  do dueto dos fins de tarde. A saudade pode ser espera e não ausência.

O velho e longo debate sobre qual filme assistir ou para onde ir, dá a vez para um direito solitário, de escolher desacompanhado, seu passa tempo. A rotina que ganhamos sem o outro, sempre pode ser tema das nossas conversas. Vivemos entre a leveza da chegada e o aperto da partida. Cada mensagem ou ligação, não é satisfação, é demonstração de afeto e um cuidado que zela sem sufocar ou cobrar. Dividir momentos e construir histórias, pode ser possível, mesmo com a distância ditando o tempo e o espaço.

Podemos não saber o estoque de fatos que o futuro nos reserva, mas já é feliz acontecer contigo, mediante os acasos que foge de qualquer controle. Os minutos não explicam o tempo, eles apenas existem. Assim é o amor, não tente explicar o que nasceu para ser sentido. Tudo passa, até a distância. O que fica é encontro e o que vai também volta. Amar é permanecer mesmo indo.