Sou muito profunda para gostar da superfície

Foto: Blog aqueCida


Estou beirando o fundo. Nunca gostei de sentir superficialmente. Pousei minha vida em um plano profundo, bem longe do raso de alguns estilos modernos. Não entendo a falsa graça, de beijar alguém hoje, e amanhã, não lembrar o nome do dono dos lábios. Dispenso a opção de usar a bebida para divertimento, e no dia seguinte, esquecer as possíveis risadas da noite passada.

Divulgamos fotos, sem antes viver o que elas guardam. Estamos passando por lugares ao invés de estarmos neles. Ficar com alguém virou quantitativo e poucos realmente estão com alguém. Estamos ficando com as pessoas ao invés de estarmos com elas.

No ônibus, eu ainda prefiro sentar próximo à janela. Gosto de ser afetada pelas imagens daqueles que não conheço. Mesmo assim, eles terão minha atenção sincera, mesmo que durante aquele breve segundo diante dos meus olhos. Por vezes, passamos na catraca e nem olhamos para o rosto do motorista. Normalizar a vida é perdê-la. Não se acostume com a perca do essencial. Sobreviver é bem diferente de viver e não se vive superficialmente.

Vida necessariamente é sinônimo de vínculos. Vínculos com pessoas, ofícios, momentos, coisas ou sonhos. Alguns são breves, outros longos e os importantes são para a vida inteira. O tempo não estipula a verdade do sentimento, mas se ele não foi capaz de afetar, nem de transformar, simplesmente, ela nunca existiu.

Levar a vida sem contatos sinceros, é como caminhar chutando flores. Rejeito o ato de banalizar os dias e prefiro engrandecer a vida. Ganho status de diferente e desde cedo, eu perdi o desejo de ser igual. As opiniões de terceiros não me ocupam, pois já sou amplamente ocupada de Mim.


BOAS HISTÓRIAS PARA AQUECER SUA VIDA

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