Andar sempre pelo mesmo lugar, é como chegar na praia e caminhar apenas na areia, sem nunca experimentar o mar. Não se pode descobrir mais de si, quando não se vai além do que já conhece. Se perder não precisa ser um afundar. Enquanto você acredita que está nadando sozinho, não nota a companhia da água. Saber que não se vive desacompanhado, te fará entender que a vida é sinônimo de presença, seja de algo ou alguém. 

Não importa onde ou quando, a sensação de estar perdido, pode te entregar duas opções: olhar para esse caminho como sendo o errado ou como sendo um novo lugar para explorar. O limite pode ser estipulado, mas a decisão de aceitá-lo ou não, é apenas sua. Nós só caminhamos até onde decidimos ir. A culpa de permanecer no mesmo lugar, é completamente nossa. O desejo sem a ação, não faz nada acontecer.

A pequenez de algo só existe, para quem acredita nela. Se tudo ganha o espaço e tamanho que decidimos dá, a existência ou morte de tudo, está unicamente em nossas mãos. Histórias não são resultados de vontades, elas são consequências de atos. Quando você cansa de esperar e decidi agir mesmo perante ao medo, é quando a vida realmente acontece.

Se o medo de perder te impede de tentar, o ganho nunca será possível.

Foto: CidaSilva

Da mesma forma que a previsão de chuva não te molha, pensar muito no futuro não te tira do presente. Desejar tanto um amanhã melhor, não pode te fazer não enxergar a parte boa do hoje. Se nada é perfeito, na mesma medida, nada é só ruim. A perda está para o ganho, assim como todo ganho te deixa sem algo.

Ontem você sentiu falta do quê hoje nem te deixa saudade. Buscar o que te falta e conseguir ou não, de qualquer maneira, não irá te livrar da próxima falta. Viver é um constante conquistar e um eterno ainda não ter. No entanto, quando se sabe o que falta, se descobre o que procura e por onde se deve começar. Se nada te falta, nada te resta viver.

Chega a segunda-feira e já falta o próximo domingo. A espera por cessar a falta, é caminhada sem fim. A falta alimenta a vida e nos tornamos perseguidores do que ainda não temos. Só a ausência do quê importa, nos fará continuar. Nada que é dispensável nos deve fazer falta, pois a busca por cessar a falta deve ser ganho de vida e não perda de tempo.

Foto: Pexel Emre Kuzu

Foto: BlogAqueCida

Esteja aqui, e não esteja no passado ou futuro. Viver o "E se?", é querer nadar com os pés fincados no chão. É perder o tempo que temos agora, para sofrer pelo passado ou esperar na inércia pelo futuro. Não é inteligente abrir mão do que nos foi dado, por temer o que ainda não aconteceu ou talvez nunca aconteça. Evitar os riscos, é deixar a vida passar e não seguir com ela. É ficar onde estar, por medo de conhecer o que o próximo passo nos reserva.

Tanta prudência assim, não é viver, isso é antecipar nosso fim em vida. Seja como for, primeiro, deixe que seja, pois no fim, sempre será válido o ato de tentar. Somos muito pequeno diante da grandeza do que existe em nós. Então, qual o motivo de ter medo de sair por aí vivendo? Arriscar não exige coragem, pede da gente apenas grandeza. Grandeza de alma, sentimento e gentileza. Ser gentil, primeiramente, com a gente mesmo. E essa grandeza, consiste em alimentar nosso espírito com sonhos, nossos sonhos com ações e nossas ações com novas tentativas.

A vida não é fácil ou difícil, vida é apenas vida. Viver é tão nosso, que chega a ser trágico, o ato de planejar tanto e fazer tão pouco. Temos muito tempo, mas não saber usá-lo, nos dar a impressão errada de que ele é breve. Se for para algo ser breve, que seja o desejo de desistir ou a insistência em não amar. Somos melhores quando não esperamos pelo pior.

Os dias não são ruins, nós, é que por vezes, olhamos para a vida com olhos incrédulos. Não acreditar, não soluciona nada. Quando não for possível acreditar, a busca perderá sentido e nenhum caminho ganhará um viajante. O que perdemos quando não tentamos? Vida! Deixar de viver algo, é se manter com a mão aberta e deixar a vida escapar por entre os dedos.

Aquele velho sim que não chega ou o famoso e temido não. Por vezes, somos especialistas em sofrer por antecipação ou comemorar antes da hora. Sem levantar bandeira de otimismo ou pessimismo, é válido dizer, que passamos a desprezar o bom e sábio: talvez. 

Sim, talvez não seja hora do sim, ou talvez, a hora não seja a do não. O sim e o não, sempre serão o fim, o talvez é meio e enredo. É disso que se trata os dias. A vida acontece enquanto esperamos as respostas. Quando elas chegam e se realmente chegarem, já se fez tempo de fechar as cortinas e dar espaço para outras questões. As respostas não prolongam fatos, elas nos cravam verdades e acabam com as esperas.

Já o talvez, é quem nos entrega possibilidades. Ele não nos pede para esperar pelo melhor ou pior, apenas nos lembra de viver, levando o tudo ou o nada como uma possível realidade. O talvez pede para que não sejamos crente ou descrente, mas que sejamos comprometido com o que realmente temos, e agora, só o que temos, é esse exato momento.

E quando o sim ou o não chegar, saberemos aproveitar os créditos do fim...